Insurtech: a nova fronteira da tecnologia no mercado financeiro

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Por Marcelo Blay*

Estive na semana passada num evento em Las Vegas focado exclusivamente na aplicação de tecnologias na indústria de seguros, o Insurtech Connect 2016. O primeiro impacto foi a quantidade de pessoas: 1.500. A partir daí tive grande dificuldade em selecionar quais painéis assistir. Tive que optar por 20 entre mais de 50, o que por si só já foi uma tarefa penosa, pois a vontade era estar em todos. Tentarei sumarizar neste artigo um pouco do que vi e ouvi em dois dias e meio de imersão.

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O primeiro ponto, que talvez sintetize o que estamos vivendo mundialmente – e o Brasil não se encontra fora desta realidade – é que a indústria de seguros é uma das últimas fronteiras do mercado financeiro que ainda não havia sido drasticamente impactada pela revolução tecnológica trazida pelas start-ups de finanças, as já populares fintechs. O futuro chegou e como medida inicial este grupo de empresas se batizou com um nome próprio para se diferenciar: são as insurtechs. Conversando com participantes do evento, a estupefação é que há um ano nem se falava do novo termo específico, muito menos poderia se imaginar um evento desta magnitude com tamanha audiência.

A grande constatação é que existe muita coisa a ser feita na indústria e tomando como base um estudo do Financial Technology Partners chamado Insurance Technology Trends, aliado à minha experiência profissional e o evento em Las Vegas:

1. A maior parte da comunicação e o engajamento dos clientes com a categoria ainda é feita de forma ineficiente através dos canais de distribuição atuais.

2. O sistema de preços e as características dos produtos (e uma gama enorme de serviços) ainda são vistos como uma caixa preta pelos consumidores.

3. A coleta de dados para precificação e os processos operacionais são relativamente arcaicos comparados com as tecnologias disponíveis e em muitos casos ainda dependentes de papel.

4. As seguradoras convivem com sistemas legados difíceis de manter e integrar com o novo mundo digital.

5. Os sistemas e processos não foram construídos com a nova demanda de usabilidade (UX – user friendly) e são pouco flexíveis e adaptáveis.

6. Os modelos atuariais em uso, apesar de historicamente muito eficazes, podem ser um entrave para desenvolvimento de produtos personalizados, desenhados para situações específicas, como, por exemplo, os seguros on-demand, recém lançados no mercado por uma seguradora digital chamada Trov.

7. Os processos de sinistros geralmente necessitam de presença física de vistoriadores, análises profundas por técnicos especializados e períodos relativamente longos para aprovação e pagamento da indenização.

 

O que temos visto nos mercados com o uso da tecnologia em estado avançado:

1. Corretores on-line com capacidade de apresentar produtos e preços de forma mais transparente, descomplicada e rápida.

2. Pagamento de sinistros “real-time” através do uso de inteligência artificial.

3. Precificação e subscrição de riscos flexíveis. Uso de machine learning.

4. Aplicativos que permitem aos clientes a gestão de suas apólices

5. Processos simplificados integrados por webservice para corretores e prestadores de serviços.

6. Grande conectividade dos corretores com as seguradoras.

7. Produtos personalizados e on-demand.

 

Finalmente, participei de um painel que lançou a provocação de tentar prever quais das iniciativas abaixo estariam sendo usadas daqui a 5 anos, tentado prever o que veio para ficar e o que não passa de um modismo fadado ao desaparecimento. Colocarei os termos em inglês, pois ainda não achei as melhores traduções:

1. Driveless cars

2. Telematics

3. Wearables

4. Artificial intelligence

5. Blockchain

6. Big data

7. Usage based pricing

8. Internet of things

9. P2P (peer to peer insurance)

10. Cloud computing

11. Machine learning.

 

Concluindo, o tal futuro chegou e parece avassalador. As seguradoras que estão tendo sucesso são aquelas que se aproximam deste ecossistema digital e desenvolvem soluções em conjunto com as mais variadas start-ups ao invés de tentar buscar as soluções sozinhas e o maior exemplo disso é a seguradora chinesa Zhong An.

 

* Marcelo Blay, CEO da Minuto Seguros

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